É como não se reconhecer no espelho.
Olhar para a fronte, os cachos, a curva do nariz e não se reconhecer.
É como enxergar que minha boca está mais retraída; minha face mais pálida; meu olhar mais distante. Olhar aflito que aflige por ser vazio.
Minhas mãos já estão cansadas de segurar tanto cigarro; minha mente já não consegue distinguir a imagem do seu mero reflexo. E a cabeça, a minha cabeça gira num fluxo contínuo, permanente e ligeiro de pensamentos aleatórios e desconexos. Pensamentos desconexos que se ligam nessa dança paradoxal e contraditória; nessa dança envolvente e destoante.
Dança que me carrega no instante único e interminável da dormência.
A dormência... não, não quero falar dela agora.
(ela é o reflexo no espelho da minha constante dormência velada.)
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