terça-feira, 19 de maio de 2009

Olhar.

"I dreamt to something last night in my sleep.
I saw you sittng in a room without me.
you smiled and you had a tattoo,
of me - in a room withou you."

Essa música me veio depois de um dia cheio de nada palpável. Com um cheiro ligeiramente familiar e com um olhar que tinha se escondido bem dentro de mim, lá dentro mesmo, onde eu não conseguia alcançar.

É porque tem muita bagunça por cima. Tem muito lixo; tem muita sucata estragando o que era pra ser bom. O lixo é só retirar, transferir, vagarosamente, pra outro lugar, que não o meu. A sucata tem que aquecer, em graus altíssimos de dor, de intensa e lenta dor, pra poder se derreter e se transformar no novo e no desconhecido que me traz o meu deus de volta pra mim.

O estranho é que embaixo disso tudo, mas ainda encima daquele meu olhar perdido, sobra um resíduo, um resíduo impregnante que dá a impressão de nó amargo na garganta. Uma cola - é como uma cola que ainda não secou, mas que se prega por todos os cantos em que encosta. E o meu olhar fica lá, se debatendo pra não se afogar e nem perder o fôlego nesse mar de resíduo impregnante que está à beira de se tornar apenas uma massa, cada vez mais dura e sólida.

É como a música diz. É como num sonho. É como se eu me visse num espelho.
E no meu reflexo (re)aparece sutilmente a tatuagem - reaparece sutilmente o meu verdadeiro olhar.
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