terça-feira, 29 de novembro de 2011

Devaneios céticos


A dúvida é uma fonte inesgotável de pensamentos.
Me debruço em uma possibilidade, e logo outra me vêm à mente, que puxa uma terceira e quarta, ad infinitum, se não houver um agente exterior que modifique o encadeamento.

A dúvida é um amontoado de devaneios.
Devaneios que se vestem de realidade possível e provável, que se adequam à expectativa daquele que devaneia. Devaneios outros que, inseguros e ansiosos, solapam as estruturas dos primeiros e mostram a outra realidade possível, aquela não esperada, ou não ansiada.

A dúvida é apenas um mundo de possíveis.
É a suspensão total da crença em tudo aquilo que se deseja saber como verdadeiro; ou como falso. É a admissão de que nada pode ser feito para saber; é o reconhecimento da impossibilidade de conhecer o desconhecido.

O exercício da dúvida é constante em minha vida. E, agora, não poderia ser diferente.
Com breves momentos de angústia e uma pitada melancólica ele se restabelece, tranquilo, em seu devido lugar, depois de toda a dose de adrenalina dos últimos tempos. Pela minha dúvida me reconheço, coisa rara pra gente como eu.

E assim me deixo sentir, já que a dúvida não pesa.

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