As cortinas abertas clamam por raios de sol, fagulhas cintilantes que clareiam o quarto. E num quarto que não é seu, rogando pela luz que não é sua, ela se desmancha no caos que, sim, é dela.
Indiferente ao ruído familiar, mergulha agora no que nunca viu, ou sentiu, ou aprendeu, ou foi: estalar longínquo que insiste em reclamar lugar, em pertencer, ensimesmar-se.
O lar que a reclama de dentro de si é ofuscado pela luz que não é sua, pelos raios de sol que as cortinas não conseguem tampar.
A dança das luzes se arrasta preguiçosa pelos dias.
Eventualmente, escurecerá.
Nenhum comentário:
Postar um comentário