Eu não queria a expectativa de uma nova mensagem, ou aquela dúvida sobre se falei demais. Eu não queria o sobressalto do coração com a mirada, ou o frio na barriga com o toque de mãos. Eu não queria me pegar pensando em momentos compartilhados, ou possíveis momentos futuros - e muito menos em um talvez.
Tudo que quis evitar foi sentir o que se sente quando o afeto explode em luz e cor, movimentando as estruturas e revelando novas trajetórias do próprio sentir. Porque isso exige que eu me ame como nunca, que eu me sinta como nunca, que eu me respeite como nunca. A ideia de me perder (de novo) apavora.
Eu não queria querer bem, querer estar perto, saber se está tudo bem.
Mas a fortuna, deusa do acaso, parece querer o contrário.
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