sexta-feira, 1 de maio de 2009

Em branco.

Os cigarros acabaram e eu não tenho mais dinheiro. E aí eu resolvi fazer esse blog.

O sentido disso existe em algum lugar por aqui. Pode ser que esteja debaixo da cama, no meio de toda essa poeira grudada. Ou então dentro dos meus livros, dos meus discos; dentro de toda essa tralha que escondo nessas gavetas bagunçadas, nessa bagunça organizada das minhas folhas – de rascunho - em branco.

Folhas de rascunho em branco.

É como se toda uma existência se resumisse em folhas de rascunho em branco, que a gente guarda lá no fundo do armário pra nunca mais achar. E, tal em um rascunho, a vida se desenha – um rascunho sem possibilidade de ser passado a limpo, de ser revisado, de ser editado. Ele só é rascunhado pela vida - é involuntário.
Às vezes a gente sente vontade de ir lá e rabiscar todo o rascunho em branco, de colorir, de enfeitar, de rasgar até. Mas, onde?

Onde estão essas folhas mesmo?

(A folha de rascunho um dia fica amarelada, pode esperar.)

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